segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Por que?

Mas por que 
Nós sempre
Nos contentamos
Em estar completo
Quando podemos
Transbordar?


A Carta

Diante a tanta tecnologia em meios de comunicação, me sinto um pouco frustrado por não ver pessoas trocando cartas, me sinto frustrado por não trocar cartas. 
Há umas semanas estava escrevendo uma carta para alguém de extrema importância na minha vida, ao decorrer dos dias em que passei escrevendo está carta, fica me questionando, qual será a reação quando recebe-la, já que ao longo de dois anos a comunicação era por mensagens de texto, Whatsapp e ligações. Qual seria a sensação de receber uma carta de tão longe? Com todos aqueles selos de uma cidade de interior, aquela letra tremula no remetente, e ao abrir seria como poder sentir o cheiro de quem lhe escreve. 
Infelizmente essa carta não foi enviada, permanece guarda na minha mesa, queria que ela pudesse receber, que ela pudesse responder, mas isso não vai acontecer. 


"Amor,

Finalmente estou escrevendo uma carta para te enviar, não sei se já havia falado, mas tinha muita vontade de escrever uma e expressar o que sinto na minha caligrafia, para você sentir o relevo das minhas palavras causadas por sentimentos verdadeiros, dos quais está cansada de saber, e pela escrita forte, traço firme, tenho costume escrever forte com segurança, sei que ao receber essa carta vai sentir o que estou expressando aqui em palavras e em tão pouco tempo sentira pessoalmente..."


Queria poder sentir os sentimentos dela no papel, imaginar como ela segura uma caneta e a controla, deixando desenhar letras num papel em branco, formando frases de um amor que dura anos. Mas o inicio da carta ela leu, o fim ela não conheceu. Quem conheceu foi eu e ela não me respondeu.

F.

O Desamor

É tão doloroso quando o desamor chega, você faz de tudo e vê que a pessoa já não se entrega. Ai você cria diversos motivos para ir atrás, falar um monte de coisas só para ter um pingo de atenção. Em diálogos semi monólogos, você se machuca cada vez mais, o que desamor corresponde a uma algema, quanto mais você mexe, mais ela machuca. 

Em um desses diálogos ou monólogos, ela me diz "Queria saber se ele vai voltar, só isso". É extremamente amargo o gosto que sinto no instante em que leio isso, mas em seguida a respondo "Ele ainda volta.. E no meu caso que ela não?" Ela esperava por ele para sentir-se melhor, mas o "ele" já não era mais o mesmo, ela esperava por outro. Mas o mesmo ele, ainda esperava pacientemente por ela.

Ela responde de maneira um pouco inocente, talvez provocativa, sem malícia. "Liga pra ela", mas ela não é outra, ela ainda é a mesma. Então enrolei um pouco e liguei. Ela estava assistindo TV e não podia falar. Então me deitei e comecei a chorar.


F.